Naufrágio em Parati

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Naufrágios

Um Paulista em águas cariocas
Um telegrama é recebido em Santos no dia 24 de Junho de 1913:
“Paulista” partiu eixo sobreposto buxa hélice. Água invadindo,
navio foi a pique 23o 12’ latitude por 44o 32’ longitude. Vidas salvas, leve urgente conhecimento capitão do porto. Americo Veloso.”
Logo em seguida a notícia ocupou a primeira página dos jornais:
“Segundo communicação recebida nesta cidade pela firma Araújo Tavares e Comp., agentes da Companhia Paulista de Commercio e Navegação, sabe-se ter naufragado nas alturas de Paraty, Estado do Rio, o vapor costeiro ”Paulista”, de aproximadamente 700 toneladas, daquela companhia, quando em viagem do Rio para este porto.”
Esta embarcação possuía 890 toneladas de registro, 1016 toneladas oficiais e comportava 1460 toneladas de carga. Seu comprimento era de 67,97 m, por 10,09 de boca e 4,72 de pontal e deslocava 615 toneladas. Fora construída nos estaleiros Hall, Russel & Co. de Aberdeen no ano de 1898.
Vendido para o Brasil em 1908 passou a chamar-se PAULISTA.
Foi construído em ferro, com equipamentos modernos para a época. Possuía luz elétrica e guinchos a vapor. Seu convés também era de ferro, recoberto com madeira. Quando de sua aquisição pela Companhia Paulista Comércio e Navegação passou por grande reforma e recebeu boa classificação no Lloyd Register na qualidade de navio misto.
Passou a realizar viagens de cabotagem por toda a costa brasileira.
Navegava numa velocidade de cruzeiro de 10 nós,
impulsionado por seu motor de tríplice expansão e por uma hélice.
 

O PAULISTA vinha dos portos do sul, transportando madeira carregada em Paranaguá, café carregado em Santos e diversos outros gêneros carregados em S.Sebastião e Paratí. Seu destino era o Rio de Janeiro. Na ocasião, era comandado pelo capitão de longo-curso Sr. Leopoldo dos Santos que tinha como imediato o Sr. Américo Velloso.
Estando no porto de Parati, o capitão passa seu posto para o imediato e decide percorrer o trecho restante até o Rio de Janeiro como passageiro, fato que nunca foi compreendido nem mesmo no inquérito que se seguiu.
A embarcação partiu de Parati, às 19:00 horas do dia 23 de junho de 1913. Zarpou, segundo informes da tripulação, já com alguns problemas na casa de máquinas. Tendo navegado apenas 15 milhas e encontrando-se, por volta das 20:30 próximo da ilha Deserta, o eixo da hélice se parte na altura da bucha. O próprio eixo arrombou o túnel e a água invadiu o navio. O volume de água que penetrava era tão grande que, às 07:00 do dia 24 de junho, a embarcação naufragou por completo apenas tendo sido possível salvar as pessoas e as bagagens mais leves.
A notícia do naufrágio correu rapidamente e, de Parati
chegaram informações de que a embarcação havia saído do porto num estado que não inspirava segurança para uma boa navegação, pois “vinha perdendo arrebites, que eram substituídos às pressas pela tripulação...”
Houveram muitas discussões, no meio marítimo, sobre o motivo do naufrágio, mas o inquérito chegou a conclusão de o mesmo fora causado por um acidente mecânico, não discutindo sobre o estado geral da embarcação.
Fato interessante foi o de que, anos depois, um de seus antigos proprietários contratou o Sr. Estevan Marinho, capitão de longo curso e prático da barra de Santos, para que verificasse a possibilidade de colocar a flutuar novamente o PAULISTA. O motivo para tal tentativa foi o de que, durante o período da Primeira Grande Guerra, embarcações tornaram-se escassas. O valor do PAULISTA como sucata variava dos 500 aos 700 contos de réis e, caso fosse possível recuperá-lo, seu valor subiria para os 1.200 contos.
Foi realizada, uma expedição para a avaliação das condições do naufrágio. Um grupo, incluindo repórteres, partiu de Santos na embarcação BRIOSO, da Companhia de Pesca “Santos”, com destino a Parati. Realizaram uma parada na ponta da Sela, em Ilhabela, onde embarcaram o mergulhador grego Antonio Damulakis e seu escafandro.

Chegando em Parati na manhã, neste mesmo dia, munidos de cabos e garatéias, partiram em busca do naufrágio. O tempo não ajudou, chovia muito e fortes ventos acossavam a embarcação. Apenas no terceiro dia, o naufrágio foi localizado.



Neste dia foi efetuado o seguinte posicionamento de bússola
Ponta Respingador = 12o. SE magnéticos Ilha dos Cocos = 82o. NW
Ilha Deserta = 68o. SE Ponta do Drago = 75o. SE>
Ilha dos Meros = 50 NW

Com seu escafandro, Damulakis realizou três mergulhos.
Constatando que a embarcação se encontrava em boas condições. Parte de suas declarações, após o terceiro mergulho, foram: “Andei pelo convés; o primeiro porão está aberto, os outros fechados; o navio está direitinho. A roda do leme, a chaminé e os ventiladores estão perfeitos. Nada falta.”

Segundo os jornais, a proposta feita pelo comandante Marinho não era muito onerosa e, desde que fossem utilizados equipamentos adequados e “pessoal conhecedor da arte do marinheiro”, não haveria motivo para que o PAULISTA não fosse colocado à tona num prazo de 60 dias, “como se tivesse ressuscitado das águas que ora o cobrem”.

O interessante e que nada mais encontrei sobre o assunto!

Pelo que sei, a embarcação começou a receber a visita de mergulhadores a uns 10 / 12 anos atrás, e foi saqueada, tendo-se arrancado dela grande quantidade de vigias, a bitácula, o timão e diversos objetos em bronze.

Hoje, podemos encontrar a embarcação numa profundidade
que varia dos 25 aos 32 m de profundidade, em posição normal de navegação. Toda sua superestrutura se perdeu, deixando expostos a base
do convés, a caldeira e o motor. Existe muito sedimento sobre o naufrágio mas pode-se ver que diversos são os rombos em seu costado e podem ser ainda vistos, caídos, os guinchos de proa. O leme e a hélice permanecem inteiros.

A visibilidade no local é razoável/boa até os 20 metros,
sendo comum muita suspensão no naufrágio.
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